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Mente e inteligência pela visão védica.



Os cinco sentidos e os cinco órgãos motores se encontram, de forma sutil, na mente. Cada estímulo externo, cada cheiro, toque, sabor, cada imagem e som que chega é examinado pela mente.


Essa mente que é atraída para o mundo exterior pelos estímulos é chamada em sânscrito de Manas. É sua função, também, relacionar o sentir ao agir, permitindo que se inicie uma reação ao ambiente externo.


A mente exterior coleta dados e informações, porém há uma parte mais subjetiva de manas que relaciona essas informações com a própria condição pessoal. Essa subjetividade conecta as informações do mundo externo com a identidade do “eu”. A forma com que esse “eu” é afetado é o lado emocional da mente. Sim, na tradição védica, emoções e sentimentos são resultantes da mente e interferem nos pensamentos e na percepção que se tem do mundo exterior.


Porém, para processar todas essas informações e expandir a percepção com tudo que foi captado pelos sentidos é necessário outro aspecto da mente, mais interior, que á a inteligência (no sânscrito, Buddhi).


Captar um excesso de informações do mundo exterior sem realizar a interiorização necessária para perceber e elaborar esse conteúdo de forma mais profunda gera apenas um excesso de pensamentos e exaustão mental.


A base da cultura moderna é de um arremesso constante ao exterior, ao reter a atenção através de super estímulos e excesso de informação. Essa projeção exterior é tão grande que se tornou comum viver com a sensação de estar perdendo algo, de ficar para trás, de ser insuficiente para o tempo acelerado que a sociedade criou.


Reunimos informações sem assimilá-las, buscamos por experiências cada vez mais intensas em um vício pelos estímulos que já não suprem os desejos, e nos anestesiamos frente à dor. A mente externa está sobrecarregada.


No excesso de estímulo, o que falta é inteligência. Essa inteligência de Buddhi, que assimila, integra, direciona e toma decisões concretas, para que os órgãos de ação possam iniciar seu movimento no mundo.


Imagine como seria se nossos pés fossem comandados apenas pela mente externa, seriam tão errantes quanto nossos pensamentos e jamais chegaríamos a lugar algum.


Para Manas não há valores, sua atividade é instintiva. As decisões coerente com os valores pessoais advém da inteligência.


E a inteligência pode ser desenvolvida. Mas não é fácil: dói, demora e dá trabalho. Requer um movimento interno de profunda reelaboração de si, de integração das próprias experiências e forma de ver o mundo. Porém é a única base para as ações compatíveis com os princípios superiores de cada um.


Tudo que te puxa para fora, te aprisiona na manada.

Quando você desenvolve a inteligência interior, se torna mestre de si.


 
 
 

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